segunda-feira, 16 de julho de 2007

Raspadinha

Por causa do Cildo Meireles entrei hoje no site da galeria Luisa Strina. Sensacional. Acabei descobrindo uma exposição, de Tonico Lemos Auad, onde há uma instalação com um papel de parede, revestido por uma tinta prateada "que pode ser arranhada e retirada pelo público", como uma "raspadinha"! Em baixo da tinta o artista criou umas imagens...
Não sei se a alegria maior quando eu era pequena era raspar com uma moeda o tal papel prateado, ou se ver o prêmio do bilhete comprado.
Na verdade dava um baita azar pra esses "sorteios", por isso acho que era mais uma curiosidade pelo que havia embaixo da tinta prateada, talvez a mesma que o garoto que lê revista de mulher pelada tem. Igual no processo de comprar na banca o bilhetinho, levar para casa e raspar sozinho, um certo egoísmo de ir para um canto e pensar "se eu raspar eu fico com o prêmio".
Tinha também aquela sensação gostosa de ver o pó prata sair, a mesma de arrancar a tinta de uma parede velha e lascada (nos sentimos uns vândalos fazendo isso, mas é tãooo bom).
Um certo prazer de depredar algo sem ser reprimida, estragar sem ouvir um não dos pais, pelo contrário ver os olhos deles brilharem na esperança de que você ganhe alguma coisa.
Agora, uma década mais tarde sinto o mesmo impulso ao saber da exposição do Tonico...Vou lascar mais uma parede.


Exposição Arqueologia Refletida
De 21 de maio a 28 de junho
www.galerialuisastrina.com.br

Nenhum comentário: