segunda-feira, 6 de abril de 2009

Lamba-Zouk

Você sabe o que é zouk? Definitivamente é algo que eu não esperava aprender em Londres. A aula começou quando uma versão do Nelsão gay (pra quem não sabe, Nelson era meu professor de educação física no colégio) com uma bandana na cabeça se apresentou. Alguma de vocês já dançou lambada?
Lembrei dos tempos remotos, quando meu pai me chamava pra dançar e eu batia praticamente nos joelhos dele. "Não, nunca dancei"- respondi. Estávamos eu, uma japonesa e uma suiça dois minutos depois se esticando em um aquecimento com dança contemporânea. A versão feminina do Nelson, juro é igual, media uns dois metros de altura e usava duas polainas vermelhas, a bandana azul na cabeça e dois elásticos cor-de-rosa nos pulsos.
O bar fica em Notting Hill. Só negão chegado jogando xadrez, entornando umas cervejas e jogando sinuca. Nos fundos duas portas enormes e dentro um palco enorme, com uma bateria e um piano (que funcionam nas noites de blues). As aulas custam 3 pounds. Uma barganha. Ganho nove pounds só com as gorgetas no bar que trabalho.
Os exercícios bizarros misturam balé e yoga. Só tivemos que imitar a Nelsão. Depois de uma hora chegaram os outros alunos. Esses decidiram pular a parte contemporânea e ir direto pro remelexo. Zouk é uma espécie de lambada hipnotizante. A música é geralmente cantada por um bonito português angolano, um baita suingue e uma letra breguíssima. Grande parte vem do improviso da dupla. Os movimentos vão de rodopios à abaixadas, giradas de braço, de cabeça, cruzadas de perna a vôos saltitantes na pista. (vôo não tem mais acento, né?)
Enfim, momento emocionante: Nelsoa me chama pra dançar. Simplesmente fluiu. A lambada dos meus quatro anos de idade ajudaram. Que emoção, estava me sentido conduzida por uma bailarino. Aquilo é uma piração tão grande que você se sente voando na pista. Ouvi um "very good", quase chorei ao som do português cantando blasfêmias.
Essas serão minhas próximas segundas-feiras, que alegria!